As vezes deixamos passar o momento, a hora e o local adequado para expormos aquilo que vai dentro de nos…aquilo que realmente queríamos conseguir dizer ou pelo menos expressa-lo da forma correcta! Na sexta, no sábado, no domingo e ate ontem deixei em mim coisas que poderia ter dito mas que simplesmente reservei para mim porque, ca dentro, conseguimos ser o mais sinceros connosco e isso nada nem ninguém nos pode tirar. Hoje, apos um dia do término do 100travoes 3ª edição vou aqui deixar vos um bocadinho do que vai ca dentro porque há coisas que não conseguiria expressar nem vos poderia olhar nos olhos e tentar ler o que eles expressam…
Bem, não sei se existem coisas certas e correctas para aqui se dizer ou para se dizer em relação a este encontro contudo tenho a certeza que as coisas verdadeiras são sempre aquelas que devem ser aqui expostas. Por isso… aqui vou eu…
Pessoalmente, não consigo dizer nem definir este encontro com mão firme! Consigo rever os momentos que me fizeram crescer, os que me fizeram feliz e os que me abriram os olhos. Há momentos na nossa vida em que nos apercebemos que não podemos continuar a ser uma linha, e há que mudar, mudar de paragrafo, de cor, de contornos, de letra, de pagina…seguir em frente, dentro de nos próprios e crescer! Mudar formas de pensar, mudar formas de nos organizarmos ca dentro, mudar formas de agir, mudar formas de lidar com o outro, mudar formas de intervir, mudar formas de ajudar, mudar formas de estarmos presentes, mudarmos formas de acordar, mudarmos formas de emprestar o nosso ombro amigo ao outro, mudar formas de sermos mais fortes e perspicazes, mudarmos formas de viver, mudarmos formas de abrir os olhos, mudarmos formas de sermos nós e mudarmos o que há em nos! Sinto que estou numa fase diferente da minha vida, em que não sei bem em que rumo ando e que linha piso, questão atrás de questão surgem. Porque estou assim? Não sei… porque sinto isto? Nem sei de onde vem… este foi provavelmente o encontro que mais ansiava porque veio no término de uma fase escolar para mim bastante difícil e que causou em mim sentimentos menos positivos e ansiava este fim de semana porque sabia que nele encontraria um refugio do qual eu não desejaria sair porque, como sempre, seria feliz, pois é o meu mundinho, o mundinho dos JAGAS, aquele onde eu quereria viver para sempre! Contudo, desta vez não foi assim… houve sentimentos em mim que nunca os sentira nestas actividades, não sei bem o que é ou de onde vêm, sei apenas que eles estiveram la! No domingo quando me deitei no salão estava a trocar sms com a minha irmã e foi a 1ª vez que lhe disse “Filipa, vem tirar me daqui e leva me para casa, por favor”! E, naquela noite, quando a minha questão da oração foi “estás arrependido por estares aqui hoje?”, não a teria dirigido apenas à pessoa que respondeu mas a todos vocês e a mim própria! Mas respondo vos que não… não estou arrependida por teres posto os pés na bicicleta do João (espero um dia conseguir agradecer a ti e ao teu mano à altura!) e por ter pedalado a vosso lado, não estou arrependida de cada sorriso que ofereci, de cada sorriso que arrancaram de mim, de cada gargalhada sonora que mandei, de ver o vosso cuzinho a minha frente naqueles quilómetros todos, de vos ter desejado boa noite em cada lugar diferente daquelas noites, de vos dar as mãos nas orações, de vos ver conviver, de vos ver superar todo aquele cansaço físico e psicológico, de vos ver a devorar a comida da grande catxinha, de vos ver la…! Arrependo me sim de ter fraquejado ao longo daqueles dias por causa de algo que nem sabia explicar… Mas, naquela viagem com a catxinha ate a sertã na segunda, encontrei a resposta! E se não fosse o 100travoes, não teria la chegado. Por vezes, procuramos algo e não é isso que encontramos e pensamos que falhamos contudo, encontrei algo que não estava à espera…uma resposta àquilo que queria esquecer!
Não consigo deixar de pensar que, em muitos momentos, gostaria de ter sido mais para vos do que consegui, nem estar tão bem como vos conseguistes. Neste encontro encontrei um vazio em muitas coisas nomeadamente em mim mas, so vos tenho a agradecer porque, se não estivésseis la, muito certamente eu teria ido nesse vazio e hoje, a tentar ganhar forças para uma nova meta na minha vida penso em vocês, que me dão tanto tanto tanto… e, em relação a este vazio, não culpo ninguém, apenas agradeço por ter algo como vocês para o preencher… e sei que ele me fará crescer ate ao proximo encontro.
“Se pudesses voltar atrás o que farias?”… teria feito melhor por vos, teria lutado mais dentro de mim, teria aprendido melhor, teria conquistado mais, ter me ia esforçado pelo melhor, teria sido alguém melhor, teria tido mais mão firme, teria aberto os olhos, teria segurado no coração, teria chamado, teria gritado, teria corrido, teria dado a volta por cima… teria feito o que não fiz e, em vez de me arrepender do que não fui nem do que não consegui fazer, ter me ia orgulhado do que consegui fazer! E teria chegado ao dia 12 não à espera de um abrigo mas de uma porta aberta já à minha espera para sair desse abrigo…
“Qual o caminho para a felicidade?”… um dia alguém me ensinou que não existe um caminho para a felicidade, mas que a felicidade é um caminho… por isso, não depende de mais ninguém a não de nos próprios conseguirmos ver a felicidade no nosso caminho! Eu vejo-a em vos, em muitos de vos que estiveram no 100travoes e que são dos meus melhores amigos, dos meus amigos de infância de sempre, daquelas pessoas especiais que tive a sorte de conhecer, daqueles amigos a quem nem sempre desabafo as minhas desilusões ou alegrias mas que, em noites de verão frias me aquecem os pés no mundo J, em momentos dificieis como o de sábado a tarde e que me amparam a seu lado na carrinha e aceleram para bem longe do que me causa dor, ou daqueles que, embora pouco os conheça ou eles a mim, brotam um sorriso quando digo que “tens um estilo engraçado”, ou “vou te chamar zeze (à labrego eheheh)” ou que, no mesmo dia, passam por mim na estrada durante a pedala e eu o confundo com duas pessoas totalmente diferentes, ou ate mesmo daquelas pessoas que são já queridas em mim, que não fazem parte do meu dia a dia mas que, em muitos momentos como estes não imagino ausentes ou então, já os vi e senti a sua ausência (gostei de ver as trancinhas, as calças de ganga sem cinto e que não te deixaram assado, tantos outros!!!), ou ate daquelas pessoas que pouco a pouco vão entrando e entrando e me surpreendem de uma forma inigualável (poucos te conhecem, mas as tuas mãos são imprescindíveis SX!!), ou daquelas pessoas que me oferecem tanto tanto carinho que chegam a por me de lágrimas nos olhos (não imagino ver te sem me saltares em cima ahahaha!) e, resumidamente, daquelas pessoas que, individualmente tiveram as motivações e participaram neste encontro tornando-o algo de agradavel…
“Porque não somos todos os dias felizes?”… ser feliz todos os dias significaria rotina… e o que nos acontece quando temos rotina? Deixamos de dar valor àquilo que temos na nossa vida… dói chorar por algo que nos magoa tanto mas sabe ainda melhor quando alguém nos empresta o ombrinho e sorri, mesmo que seja dentro de uma carrinha sobrelotada; sabe tão bem sentar a beira da estrada pronta a cair do mal estar que temos dentro de nos e saber que temos ali alguém a dizer “puxa senão foge”; sabe tão bem termos alguém a nosso lado a rir quando simplesmente nos apetece desaparecer; sabe tão bem ver que alguém nos ama tanto que sacrifica o seu desejo por pedalar mais depressa e por mais aventura para poder estar ali ao nosso lado quando se pedala “por nada nem por ninguem” (hoje descobri que naquela manha não parei de pedalar não porque não me apeteceu, mas porque na verdade pedalava por ti sem o saber); dói querer ir para o nosso cantinho e não podermos, mas sabe tão bem poder aconchegar entre duas pessoas que me têm sido o mundo e poder desejar lhes boa noite e então chorar e chorar sabendo que estou em segurança; dói tanto ver as pessoas que amamos cair a nossa frente, mas sabe tão bem quando elas apelam pelo nosso nome… É uma mágoa quando a felicidade é vai-vem, algo frágil preso a nos por um fio…mas sabe tão bem quando um amigo nos puxa essa felicidade em muitos caminhos…
Amigos meus, obrigada por este 100travoes… Convosco aprendo sempre e, como alguém disse um dia “também, se não estiveres segura entre aquele grupo de quase quarenta pessoas, onde estaras? ”. Hoje perguntaram-me qual é o meu balanço final acerca deste encontro e eu não respondi porque não sabia o que dizer… agora que já deitei tanto de mim ca para fora já sei o que lhe vou responder: “ainda bem que senti um misto de emoções negativas neste encontro porque um grupo de quase 40 pessoas soube cuidar bem de mim e mostrou me uma grande lição: se estivermos mal entre amigos, estamos sempre bem !”
JAGAS, agradeço vos por existirem… agradeço por quem são, por quem somos… rendo me ao vosso espírito de sacrifício para participarem nestes encontros… sinto me pequenina perante a grandeza que existe em vos para superarem as dificuldades… sinto me lisonjeada por poder dizer que os nossos caminhos se cruzaram… sinto me orgulhosa por saber que conheci o verdadeiro espirito de grupo e que aquela tarde de segunda não existe ao virar da esquina… não sei como algum dia vos vou agradecer pelo que me ensinam, pelo carinho que me dão, pelo viver que despertam na minha vida, pela mão amiga que me oferecem sempre e por todos os vazios que preenchem em mim!
Simplesmente… Adoro-vos…
“Hoje é o dia em que eu vou celebrar as coisas simples, como é ver-te a sorrir”…
BT’zinha
P.S. um dia vou agradecer vos individualmente hi hi hi


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